terça-feira, 20 de março de 2012

Maracatu AZ de Ouro - 2012


Maracatu AZ de Ouro

  2012 – Maria Lucilene Magalhães,                   LUCI a rainha da agremiação Áz de Ouro                                                                                                             esbanja sua   majestade  pela  avenida  Domingos Olímpios = Foto: Fernanda Siqueira

A origem do nosso Maracatu   remonta ao final do século  XVII,  como forma de preservação da cultura ancestral  dos  negros.  Em princípio era um auto, a congada, com aparência de brincadeira para  coroar  a realeza negra.  Hoje  o  Maracatu  é  a  mais tradicional manifestação cultural de origem afro presente na cultura cearense especialmente no carnaval.

No Ceará, havia a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário em Aracati, em Icó e em Fortaleza. Durante as festas das irmandades os escravos tinham certa liberdade pois eram as figuras principais do cortejo. Eles se apresentavam como o Rei, a Rainha, o mestre de cerimônia e os mestres de campo.
Em Fortaleza, no final do século XIX, os negros já festejavam a coroação de sua rainha em um cortejo que saía do Morro do Moinho, por trás da estação João Felipe, no Centro de Fortaleza, e seguia rumo à Igreja de Nossa Senhora do Rosário. A tradição do Maracatu surgiu dessas irmandades, que tiveram um papel muito relevante na sociedade colonial, entre os séculos XVII e XIX.
O Maracatu Az de Ouro foi fundado por Raimundo Feitosa (Boca Aberta) e seus irmãos: Zé Neguinho e Alcides (em memória), no antigo beco do limão, hoje Nogueira Aciolli. Desfilou pela primeira vez com apenas 27 participantes. E apesar de viver momentos entre desfilar e não desfilar a agremiação nunca deixou de existir e no ano de 2010 o Maracatu Az de Ouro, mais antigo maracatu do Ceará, com um total de 250 brincantes, tendo em sua grande maioria membros da comunidade do Jardim América, dará inicio às comemorações de seus 75 anos de existência e muitas histórias para contar.
Hoje o Maracatu é uma procissão solene, sagrada  e  profana onde a negritude cearense é pura invenção da alma do povo mestiço, moleque, rebelde, liberto, pobre.  No Maracatu tudo vira preto. 
É grandioso  um povo que se faz outro povo e que, neste povo reinventado, a si mesmo se reinventa. Quem era pobre virou rei, quem era Manoel virou Manoela, quem era novo virou preto velho, quem era velho virou baiana, quem era bicha virou pai de santo.

Basta   pegar   a  tinta  feita  com  graxa  de  sapateiro e  fuligem  de lamparina e pintar o rosto com um preto sem igual mas  semelhantes porque paridos do mesmo sonho sonhado na terra da luz.
OS PERSONAGENS:
Pretos Velhos = Entidades da Umbanda, os pretos velhos são                    divindades purificadas de antigos escravos africanos. Eles gostam de contar histórias do tempo em que foram escravizados e as dificuldades que passaram. A crença fala que são sábios, ternos e pacientes e que dão o amor, fé e esperança aos que são conhecidos como "filhos".




Casal de pretos velhos = Levando cachimbos e apoiados em bengalas, representam o Pai João e a Mãe Maria, uma assimilação dos terreiros de macumba.  Eles são símbolos do respeito ao ancestral.


Tirador de loas ou macumbeiro = É ele quem dá voz a loa do maracatu. 
Balaieiro = Brincante que conduz um balaio cheio de frutas, representando a boa safra. É uma influência do escravo de ganho,  que saía nas ruas  para vender os excessos da produção nas fazendas.

Negra da calunga = Representa  uma  aia,  mucama  de  confiança  da rainha  que conduz uma boneca, que representa a calunga.

Cordão dos africanos = Representa os nativos guerreiros da África. É uma coreografia opcional, sendo muito utilizada nos desfiles no Ceará.

Porta-estandarte e guias com lampiões  = O porta-estandarte conduz o semblante que identifica a tribo ou nação do maracatu. No Ceará, os maracatus são geralmente identificados por nações. Os dois guias ficam ao lado do porta-estandarte para iluminá-lo.
Batuque = São obrigatórios instrumentos de percussão, como o bumbo, os ferros (triângulos), chocalhos, caixas, surdos etc.

Corte = Composta por príncipes, princesas, vassalos, mucamas e o rei e a rainha - os componentes da nobreza. No meio dela, destaca-se a rainha, que chega sob uma sombrinha, acompanhada de seus vassalos que abanam leques.

Baianas = Apresentam saias rodadas, turbantes e panos de costa.

Negra do incenso = Tem a simbologia de abrir e perfumar os caminhos que a nação vai percorrer.

Cordão das negras = As negras representam mucamas, as alas das senhoras de engenho. Usam indumentárias simples. Um acessório é o turbante. Nele, há negra da calunga, a negra do incenso e as baianas. 



Os índios = Representam os anfitriões, irmãos que receberam  os negros no Brasil. Em Fortaleza, teve origem nos caboclos ou cordão de índios  de  penas,    que participam  do   Carnaval de rua desde a década de 1950. 


O baliza = Figura que vem desde  a  Idade Média e abre o cortejo, marcando o passo  ao  lado do  porta-estandarte.  A elegância  e  a coreografia dele, com gestos nobres, contam muito na avaliação do maracatu.


O fundador do Maracatu Az de Ouro foi Raimundo Alves Feitosa, mais conhecido como Mestre Juca do Balaio. Além dele, a agremiação teve outras figuras importantes como Afrânio Rangel (Zé Rainha), Malu (calungueira), Clementino (Índio), dentre outros. 

O Maracatu AZ de Ouro surgiu em 1936 como agremiação, passando muito tempo sendo o único maracatu da cidade. Foi criado sob inspiração dos maracatus de Recife, mas foi da Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Pretos que surgiu o ritmo e as loas.
Em 1937 o maracatu Az de Ouro passou a desfilar pelas ruas do centro de Fortaleza, passando a ser destaque na década de 40 até 50. A história do maracatu foi marcada por muitas dificuldades, tendo por várias vezes cessado de existir, mas sempre retornando como a Fênix.
Marcos Gomes, atual presidente do maracatu Az de Ouro conta que um dos grandes medos de Mestre Juca do Balaio, era que o maracatu Az de Ouro um dia desaparecesse de vez. Pode ficar tranquilo Mestre Juca, um maracatu capaz de morrer e ressuscitar tantas vezes, nunca vai deixar de existir, não importa quantos percalços tenha de enfrentar.




19 de fevereiro de 2012


Foto:
Destaque na Ala da corte 
Célia Maria Leite - Presidente do CCAPBrasil e o voluntário  Walquimar de Oliveira - História-UVA (Príncipe) 
e  o Marcos Gomes-Presidente do Maracatu    Az de Ouro


Fontes: http://www.fortaleza.ce.gov.br/carnaval2010/HistoricodasAgremiacoes.pdf                
Blog do Prof. Evaldo e Amigos - O Maracatu Cearense,
Angélica Feitosa angelica@opovo.com.br,
http://www.jornalescanteio.com.br,
                     David Aragão - Secretário de Comunicação UJS Ceará.



07 de fevereiro de 2005

























             07 de fevereiro de 2005  
Mestre Juca do Balaio proclama Célia Maria Leite 
 Madrinha do Maracatu AZ DE OURO                          
Av. Domingos Olímpicos  - Fortaleza-Ceará–Brasil

Foto: Mestre Juca do Balaio - Maracatu AZ DE OURO
        Célia Maria Leite - Presidente do CCAPBrasil









 A av. Domingos Olímpio foi contageada pela animação dos Blocos 








                       Bloco As bruxas




















O Bloco Prova de Fogo contou a presença da Família da pequena IARA










O SUCESSO DA AVÓ AGRI E DA NETA IARA

4 comentários:

  1. Achei muito legal essa escola do Maracatu

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  2. ANA SILMARA BARBOSA DA SILVA24 de março de 2012 às 17:54

    ACHEI BONITA E INTERESSANTE A HISTÓRIA DOS MARACATUS. EM 2013 QUERO QUE A DRA. CÉLIA LEITE ME LEVA DESFILAR NO MARACATU AZ DE OURO.

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  3. LEILANNY NASCIMENTO OLIVEIRA25 de março de 2012 às 10:33

    já participei do maracatu de madalena-ce e gostei muito. parabéns maracatu AZ DE OURO

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